terça-feira, 9 de março de 2010

Simple man

(Escrito em 20 de janeiro de 2010) De agora em diante, este será meu espelho digital. Sei lá exatamente o que isso quer dizer. Gostei de espelho digital. Surgiu de forma espontânea logo após digitar a palavra meu. Não tenho certeza, mas creio que esse espelho digital seja um reflexo das minhas impressões, do meu olhar. E, por isso mesmo, a forma como o texto ganhará corpo pode ser como o primeiro reflexo no espelho do dia. Aquela cara toda amassada de uma noite dormida. Ou pode ser aquela imagem da qual a gente tem certeza de que está bonito após um banho. Pouco importa qual seja. Apenas que seja.

E por falar em início, 2010 começou. E, com ele, as boas novas. Vida e viagens trazidas pelas ondas e brisas da Praia do Bonete, em Ilhabela (SP). Foi lá que o 2010 se apresentou para mim. Além da belíssima paissagem, a companhia não poderia ser melhor. Tinha tudo para ser reencontro de uma velha amizade e nada mais. Tinha. Mas quis o destino (ou qualquer outra força intergaláctica celestial) que o intervalo de 15 anos de ausência um do outro fosse apenas para que cada um passasse e tropeçasse nas experiências da vida. E, desta forma, estivessem prontos para compartilhar uma nova trilha.

Pelos próximo 12 meses em diante, outros inícios ao lado dela e com ela.

Pra frente é sem saber

(Escrito em Aparecida, na manhã do dia 10 de dezembro, e revisado pela a brilhante Leila Diniz) Começo a escrever minhas impressões, sensações, expectativas, emoções e medos quando faltam pouco menos do que quinze semanas para a aventura. Aventura sim, porque não vejo minha ida para a Nova Zelândia como viagem – ao mesmo tempo em que soa formal, viagem parece-me algo um quê rotineiro. Em 12 de março, despeço-me da minha família e dos meus amigos para manter contato com eles pela internet. Nem eles e muito menos eu vamos escrever cartas, o que seria, para mim, o mais essencial dos contatos. Sentir a espessura do papel e analisar a caligrafia seria como receber um caloroso abraço e ver a expressão de um rosto alegre, triste, risonho, fechado – um rosto apenas amigo. Fazer o quê, afinal? Claro que fico feliz de que nossos laços tenham nó virtual. Mas confesso que me atrai mais o lado mais humano de trocar correspondências.

Desde que a aventura foi rabiscada até ser efetivada passaram-se anos. Não sei ao certo quando a ideia surgiu. Sei que ganhou força de 2006-07 para cá. Algo em mim me inquietava, e a perspectiva de conduzir minha vida sob a égide de um trabalho rotineiro causava calafrios. Era como o irromper de uma onda que não suavizasse nas areias de uma praia. Mas como um típico projeto governamental, a ideia foi engavetada em algum canto da minha burocracia mental. E foi remexendo – ou melhor, fazendo faxinas nessas gavetas – que reencontrei o plano de ter a experiência de me sentir um estrangeiro fora do Brasil. Nova Zelândia não tinha sequer entrado na minha lista de preferências. Outros países da Europa, da América do Norte e até da África trocaram a primeira posição do destino. Ao final e ao cabo, acabou sendo a escolha definitiva – muito mais pelo lado financeiro do que por qualquer outro porquê.

Para entender melhor as razões que me levam para a aventura na Nova Zelândia, talvez seja necessário apresentar a história de meus pais. De uma certa maneira, ambos são aventureiros – principalmente meu velho Seu Assis. Meu pai é filho de retirantes nordestinos. Nasceu em uma cidadezinha típica da caatinga do Nordeste brasileiro chamada Ipueiras, no Estado do Ceará. Saiu da terra natal lá pelos 20 anos de idade, depois de labutar na roça, para estudar. Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo foram como conexões para desembarcar em Roma (Itália), onde permaneceu quase uma década na Cidade Eterna. Já minha mãe, com quatro anos de idade, atravessou o Atlântico. Meus avôs maternos deixaram o interior de Portugal nos anos de 1940 para viver no Brasil. Primeiro, no Rio e, depois, em São Paulo. Vai ver este DNA nômade finalmente deu as caras em mim.

Meu pai é quem sempre me incentiva nas minhas aventuras. E com essa, não foi diferente. Por ele, iria no dia seguinte à primeira projeção da ideia. E foi ele que, de uma forma ou de outra, serviu como catalisador. Chegou com aquele jeito pacato e disse se eu realmente gostaria de viajar ao exterior. Se era essa a minha vontade, perguntou o que eu tanto esperava para concretizá-la. Insistia que o tempo estava passando, que o fim do ano se aproximava e que a decisão deveria ser tomada logo antes que compromissos profissionais acabassem servindo indiretamente de empecilho. Compreendi bem o que meu pai quis dizer. E não deu outra. Pouco dias depois da conversa, cheguei em casa e falei: “Pronto, pai. Tudo resolvido. Vou em março”. Ele ficou surpreso. Não com a decisão. Mas sobre o quê: “Resolvido o quê, meu filho”, disse-me. Ri apenas. Este é o meu velho Assis. Vive com a cabeça no mundo da Lua, sem preocupação e nem nada que lhe tire o sono.

Em seguida, coloquei a pasta sobre a mesa e saquei dela uma curta apostila. Abri, folhei até as últimas páginas e, por fim, mostrei um país de pouco visibilidade para os brasileiros: Nova Zelândia. O sorriso cândido de meu pai era a bênção que ele diria logo após o “parabéns, meu filho; você tem a minha bênção”. Será que foi este o último diálogo que meu pai teve com meu avô, quando decidiu sair do sertão do Ceará para estudar, contrariando a vontade de meu avô que o queria trabalhando na roça? A interrogação surgiu agora, enquanto escrevo nestas invisíveis linhas do Word. Tão logo chegar em casa, irei transformar as curvas da interrogação em uma reta de exclamação. Além disso, é sempre oportuno reviver na memória os raros dias em que tive a oportunidade de estar em Ipueiras, ao lado de meus avôs paternos e outros familiares cearenses.

P.S. Primeiro texto referente a minha aventura pela Nova Zelândia

Pontos de vista de um leitor

(Escrito em 30 de novembro de 2009) Até que enfim adquiri o livro “Pontos de vista de um palhaço”. A obra é de autoria de Heirinch Böll, escritor alemão que eu nunca tinha ouvido falar antes. Comprei, confesso, porque achei o título interessante e a capa mais ainda. O livro estava há tempos na minha relação de possíveis obras que deseja ler. E, nesta última semana de outubro, decidi comprá-lo.

Geralmente, procuro ler os parágrafos iniciais. Se gosto do estilo, se a leitura me envolve já coloco debaixo do braço e, confiante de que estou fazendo a coisa mais certa do mundo, vou ao balcão. Algumas vezes, sim, o tiro sai pela culatra. Já errei feio. Chego a me arrepender, mas leio até o final. Mais por obrigação do que pela leitura em si. Afinal, lá se foram cerca de 40 reais...

Com “Pontos de vista de um palhaço” foi diferente. Nunca tinha encontrado um exemplar sequer nas livrarias, e o máximo que consegui saber sobre a obra encontrei pela sinopse e pela crítica de um jornal. Pelas duas, confabulei que valia a pena possuir a história de Böll, que depois viria a saber que era um Nobel da literatura e um dos mais importantes autores do pós-guerra da Alemanha falecido nos anos 1980.

O livro tece a história de um palhaço que cai em decadência pessoal e profissional. Abandonado pela companheira, ele perambula dissecando a sociedade alemã, bastante enraizada religiosamente. Isso é o mais breve do que se pode chegar a um resumo para quem leu apenas os dois primeiros capítulos. Se estou gostando? Estou, principalmente pelo encadeamento das frases. Gosto dos textos que sabem economizar palavras e serem profundamente rico e amplo ao mesmo tempo.

Não sei aonde a leitura irá me conduzir e quais serão os pontos de interrogação que surgirão e permanecerão com o último ponto final da obra. Busco sempre fazer uma relação dos acontecimentos das personagens com o meu cotidiano. Averiguar o limite que a vida real entrelaça-se com a ficcional e pensar por que eu não tive a genialidade que Böll possuiu ao escrever o primeiro parágrafo. Explico-me:

Do mesmo modo que a personagem principal, eu também faço uma rotina diária de minha casa ao trabalho. As diferenças ficam limitadas pelo ano e pelo tipo de transporte. Ao invés de cinco anos, quase três; e diferentemente de trem, pego um ônibus. Fora isso, temos os mesmos vícios rotineiros: guardar a passagem e ir à banca de jornal. Faço isso religiosamente e nunca tive um rompante de escrever algo a respeito desse cenário.

Victor Huggo de Paula


(Escrito durante a Novena de Nossa Senhora Aparecida -- outubro de 2009)Ele é meu melhor amigo. E faço questão de que todos sabiam. E isso, por incrível que parece, gera uma certa dose de gozação por parte de outros amigos. Tiram sarro simplesmente porque meu melhor amigo tem cinco anos de idade. “Como pode?”, dizem com as sobrancelhas arqueadas! Ora, pode porque pode. Não existe explicação. Somos amigos porque somos amigos. Ponto final. Nossa amizade é infantil e ingênua. Verdadeira.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de semear esta amizade. Nossa diferença está limitada à idade cronológica. Tenho 27 anos. Ele ainda cinco. Às vezes, ou melhor, na maioria das vezes, ele é o mais velho. Não porque seja todo certinho. Mas porque age com uma criatividade muito além de uma criança de cinco anos. E também porque eu sou infantil demais às vezes – até para ele! Acredito que é isso que faz nossa amizade respirar e crescer.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de estar com ele o máximo que eu posso. Levar ao cinema e ao parquinho já faz parte do nosso cronograma. É o nosso momento. A diversão começa logo no carro, quando inventamos e aperfeiçoamos as brincadeiras. Existe a da descarga quando chove. Aquela dos nomes dos carros, caminhões, motos e ônibus. E a dos dinossauros que habitam à margem da Via Dutra. E no cinema, entre um gole de refrigerante uma pipoquinha (sem manteiga, Jorge!), conjecturamos nossa futuro profissional.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de (re)descobrir ao lado dele parte da minha infância. Nossa mais última missão é encontrar o pote de ouro no final do arco-íris. Ainda não planejamos como vamos encarar essa empreitada. O certo mesmo é caprichar na imaginação e seguir viagem! Nem precisa chover e fazer sol logo em seguida. Basta estarmos na calçada ou na garagem da casa dele para iniciarmos nossa aventura.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de eternizar esta amizade. Como toda a criança dessa idade, ele é meio arredio às fotos. Tapar o rosto com as mãos ou sair correndo são alguns dos artifícios que usa para se esquivar dos flashes. Nem sempre consegue. E são nesses momentos que eternizamos nossa amizade. Sei que ele não liga nenhum pouco para isso agora. Mas num futuro, as fotos podem servir de pistas para que ele reencontre nossas antigas brincadeiras.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de viver no mundo dele. Mergulho de cabeça em suas aventuras do mesmo modo que ele faz com as minhas. Foi assim que aprendemos os segredos do jogo de xadrez, dos malabarismos das cartas de baralho, dos segredos da pesca e da arquitetura de um castelo de areia com direito a pista de Fórmula 1. Fomos, somos e seremos super-heróis que não combatem a mal. Lutamos para vencer os limites de nossa imaginação, buscando incorporar novas brincadeiras a velhas brincadeiras.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de lembrar do início desta amizade. Era agosto de 2007. Dia ensolarado. Ele estava brincando num parquinho. Subindo e descendo do escorregador. A mãe dele aguardava o resto da turminha do trabalho que iria passar o dia no Gomeral. Apenas o vi e nada mais. Já no alto da Serra da Mantiqueira, começamos a brincar. Ele trouxe os bonequinhos e se encantou com o monte de areia. De lá para cá, somam-se muitas outras aventuras.

Ele é meu melhor amigo. E faço questão de contar sobre o Ano Novo de 2009. Fomos a Praia Grande (litoral sul de São Paulo). Durante quatro dias, brincamos e brincamos até sermos vencidos pelo sono. Geralmente, eu entregava os pontos primeiro enquanto ele continuava serelepe, sempre pronto para novas brincadeiras. Enfrentamos fortes ondas. Construímos castelos de areia. E até tentamos pescar turbarão. Uma odisséia lúdica que jamais esquecerei.


E eu o amo.
P.S. Foto Vera de Souza

A nova (velha) amizade

(Também escrito em setembro, dia 18) Nunca fui de construir amizades rapidamente. Pelo contrário. Sou do tipo que redescobre a amizade de velhos amigos. De certa forma, é estranha e inusitada essa fórmula de fazer nova amizade. Porque nova não é. Mas acaba se transformando em nova. Não sei se consigo explicar esse método. Funciona da seguinte forma: há o amigo e há o elo dessa amizade como futebol, música, vídeo-game, barzinho, faculdade. E a amizade que inspirou esse texto vem desde 1995.

Foi nesse ano que vim morar em Taubaté. Tinha 13 anos. Cidade nova. Amigos novos. Tive a sorte (ou melhor, o privilégio) de iniciar os estudos da sétima série numa turma bacana. Dos meus mais próximos amigos, praticamente 90% deles são oriundos dessa classe. Fazíamos tudo que a garotada dessa idade faz: jogar bola e vídeo-game. E foi com esse alicerce que a amizade se solidificou. E parecia que ficaria restrita a essa tabelinha (futebol e vídeo-game) mesmo com o passar dos anos. Errado.

Apesar de termos feito a mesma faculdade (Jornalismo), nos formamos em turmas diferentes porque ele optou primariamente por Direito. Sou da turma de 2003 e ele da de 2004. Caso concluíssemos o curso juntos, seriam oito anos de convívio na mesma sala (somando o ginásio e o colegial). Mas isso pouco importa porque a amizade (como já salientei) sempre existiu por mais que ficasse “restrita” ainda ao futebol (cada vez mais raro) e ao vídeo-game (cada vez mais presente). E a prova da confiança da nossa amizade está refletida hoje.

Faz mais de um mês praticamente que damos boas risadas juntos. Todos os finais de semana, mesmo com os respectivos “plantão” de cada um, estamos na companhia um do outro. Futebol e vídeo-game continuam fazendo parte das nossas conversas, assim como dezenas de outros assuntos que incorporamos de agosto para cá. É bom saber que tenho essa nova e velha amizade. Afinal, já não aguentava mais humilhá-lo no futebol e no vídeo-game.

O precursor

(Texto originalmente escrito em 14 de setembro de 2009) Tenho poucas recordações das poucas vezes em que visitei meus avós paternos. As lembranças estão envelhecendo tal como as amareladas fotografias de mais de vinte anos atrás. Podem ser raras as lembranças, mas a herança de meus avós perdura infinitamente.

Meu pai é o filho mais velho de José e dona Gonçala. Nasceu em um tempo de seca. E antes mesmo de completar 10 anos de idade já carpia como um veterano. Tinhas mãos calejadas de trabalhar quando na realidade suplicava para estudar. Queria calos, mas calos de lápis. A insistência foi tamanha que minha avó economizou nas moedas e comprou o tão sonhado caderno de caligrafia.

Pronto. Francisco Assis Martins Fernandes já sabia escrever o próprio nome. Como a seca castigava o solo cearense, a pobreza castigava a vontade de estudar do pequeno “Axis”, como era carinhosamente chamado pelo pai. Entre um roçado e outro, o primogênito contemplava a imensidão da caatinga e se projetava além. Dominar a escrita seria apenas o primeiro passo rumo ao mundo novo.

Sob o apreço da mãe, aflita com a seca de recursos para realizar o sonho de estudar um filho, “Axis” continuou suportando a labuta dos dias de sol para se refrescar nos estudos à noite. Desvendou o segredo das letras conseguindo transformá-las em palavras. A leitura ampliou seu horizonte, e meu pai passou a se interessar cada vez mais pelo estudo. Estava decidido: queria estudar.

Já tinha seus 15, 16 anos quando tomou a decisão de fugir do lar para concretizar sua grande ambição. O desejo cresceu após um franco diálogo com o pai. Seu José disse ao filho que ele não poderia continuar os estudos. “Preciso de você trabalhando comigo.” “Axis” sempre foi um filho obediente e, a contragosto, acatou a decisão de seu pai.

Meu avô sabia que tinha cortado as asas do filho, que se consolou no carinho da mãe. Seu José, em silêncio, foi à cidade tentar encontrar uma solução ao desejo do filho. Homem honesto, era respeitado pela população de Ipueiras, que o tinha como exemplo de trabalho. Encontrou na amizade com a família Matos um modo de saciar a sede de estudo do “Axis”.

Para meu avó, a ideia era apenas oferecer um pouco mais de estudo ao filho. Não imaginou que nunca mais teria o exímio trabalhador da roça, que sabia manejar a “Tupi” como um samurai a espada.

Na aurora nordestina, meu pai subiu no lombo de um cavalo em direção à cidade. Voltou muitos anos depois após ter viajado pelo mundo e obtido graduações em jornalismo, teologia e filosofia e dominado, além da língua portuguesa, a espanhola, a francesa, a italiana e o latim. Porém, a imagem da despedida de casa, com seus pais e irmãozinhos acenando um “até breve”, permanece emoldurada na mente, no coração e na alma de meu pai.

(Legenda da foto: Já aposentado, meu velho Assis ainda tem a disposição do antigo "Axis" -- como diria meu avô.)

Minha Eterna Herança

(Texto escrito em 12 de setembro de 2009) Apesar de não expressar muito, amo minha família. Admiro e muito a história de vida dos meus pais. Cada um, a sua maneira, conseguiu vencer as adversidades da fome e da carência de estudo. Meu pai é filho do sertão cearense. Minha mãe do interior português.

Pode ter sido obra do acaso ou não, mas ambos nasceram num local com o mesmo nome. Pinheiro dos Tavares era o sítio aonde meu pai veio ao mundo. E Pinheiro dos Tavares era a vila aonde minha avó teve a primeira filha. Iriam se encontrar décadas depois. Mas já traçavam as mesmas trilhas da perseverança.

Hoje ambos estão aposentados. Trabalharam como professores. Minhas qualidades, devo a eles. Meus defeitos, devo à minha teimosia de não seguir os conselhos deles – principalmente os do meu pai, que vinham na silenciosa e profunda maneira de olhar.

Que pretensão tenho em escrever essas palavras? Não sei. Talvez apenas manifestar meu amor e minha eterna gratidão por eles. Eles já sabem. Apesar de algumas desavenças, eles sabem. Há certos sentimentos que não precisam ser expressos para saber que existem. Meu amor por eles, por exemplo.